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Abate de suínos no Brasil no primeiro trimestre de 2020

O Brasil apresentou, no primeiro trimestre de 2020, um crescimento anual acumulado médio de 5,4%. E como foi a distribuição entre as suas regiões?

Alvimar Lana e Silva JallesAlvimar JallesSeguir

25 Junho 2020

Os dados de abate de suínos, bovinos e aves do primeiro trimestre de 2020 foram divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no dia 10 de junho.

Em relação aos suínos, trouxeram o recorde de 1,066 milhões de toneladas de equivalente carcaça em 11,88 milhões de cabeças.

Vamos detalhar esses números para entendê-los um pouco mais.

Temos 3 formas principais de comparar esse crescimento com períodos anteriores: sobre o trimestre imediatamente anterior que é a relação mais volátil. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior que já produz uma informação mais estável, mas a mais sólida, é a média de 4 trimestres sobre os outros 4 anteriores, que na verdade é a média móvel do crescimento anual acumulado, (Figura 1).

Figura 1: Variação percentual trimestral do peso total de abate de suínos Brasil.
Figura 1: Variação percentual trimestral do peso total de abate de suínos Brasil.

O Brasil apresentou, no primeiro trimestre de 2020, um crescimento anual acumulado de 5,4%. Por ordem de volumes abatidos o maior estado que é Santa Catarina mostra crescimento anual de 9,0%, o segundo estado o Paraná crescimento de 1,6%, o terceiro Rio Grande do Sul cresceu 0,5%, Minas Gerais 5,7%, a região Centro Oeste com 8,9% e o restante das demais regiões do país com 8,7%, como mostra a Figura 2.

Figura 2: Peso total de abates de suínos no Brasil por estado em milhões de kg, por trimestre.
Figura 2: Peso total de abates de suínos no Brasil por estado em milhões de kg, por trimestre.

Se focarmos a análise na região Sul temos o líder Santa Catarina crescendo mais próximo do dobro da média do Brasil, (Figura 3), enquanto o Paraná e o Rio Grande do Sul estão abaixo da média.

Figura 3: Variação percentual do peso total de abate de suínos em Santa Catarina por trimestre.
Figura 3: Variação percentual do peso total de abate de suínos em Santa Catarina por trimestre.

Quando olhamos para os outros, temos Minas Gerais na média (figura 4) e o Centro Oeste e demais regiões acima da média.

Figura 4: Variação percentual do peso total de abate de suínos em Minas Gerais por trimestre.
Figura 4: Variação percentual do peso total de abate de suínos em Minas Gerais por trimestre.

Nesse mesmo período o PIB – Produto Interno Bruto do Brasil apresentou crescimento anual em 0,9%. Portanto, temos o estado líder, Santa Catarina responsável por 28,5% do abate no Brasil, com 9,0% de crescimento ou 10 vezes o crescimento da economia interna do país aonde ele está situado.

Quando olhamos esses dados percebemos que já há crescimento de produção em resposta aos estímulos externos vindos da Ásia. Eles não estão distribuídos uniformemente pelos estados do Brasil mas, claramente temos aceleração de crescimento de abates.

Essa é a regra do jogo em um sistema capitalista. Quando há estímulos ao crescimento ele acontece, (Figura 5). A expansão ocorre até encontrar seus limites.

Figura 5: Peso total de abate de suínos no Brasil por milhões de kilos, por trimestre, de acordo com o IBGE.
Figura 5: Peso total de abate de suínos no Brasil por milhões de kilos, por trimestre, de acordo com o IBGE.

Só conseguimos gerar aprendizados se soubermos entender claramente as causas e as consequências dos ciclos econômicos.

É saudável que façamos diagnósticos antecipados dos cenários possíveis em qualquer cadeia de produção.

O que não devemos é, depois que a oferta começar a superar a demanda, sairmos em busca de culpados.

Afinal, em uma economia de mercado, somos todos livres para fazermos nossas escolhas.

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