Com os preços do suíno vivo praticamente congelados desde meados de agosto o que tem gerado comentários recentemente foram os preços do boi. Já que estava subindo o suíno tinha que acompanhar… Será?
Vamos analisar isso com a ajuda da IA analítica, através de dados de preços médios mensais do CEPEA-USP do suíno vivo em Minas Gerais, boi gordo e frango resfriado ambos em São Paulo desde 2013. Adotamos como critério considerar variações percentuais mensais entre -3% e +3% como estabilidade; abaixo disso, queda, e acima, alta. Em um largo período como esse, calculados mês a mês nos dão boa perspectiva da direção dos preços, abrindo mão da intensidade de cada movimento. Vamos aos números.
Quando as três carnes seguiram a mesma direção, tivemos quedas conjuntas em 2 meses (1,44%), estabilidade em 18 meses (12,95%) e altas em 11 meses (7,91%). Na maioria das vezes, 77,70%, as direções foram assimétricas. Nos casos em que cada carne seguiu uma direção diferente, isso ocorreu em 20 meses (14,39%). Boi e frango tiveram direções iguais (não importa quais) em 27 meses (19,42%), enquanto suíno e frango coincidiram em 35 meses (25,18%), e suíno e boi, em 26 meses (18,71%). Ao somar os percentuais entre parênteses, chegamos aos 100,00%.
Outros pontos a serem observados: a queda do suíno, desvinculada do boi, ocorreu 36 vezes (25,90%). Já o aumento conjunto entre suíno e boi, preferido nos debates, aconteceu 21 vezes (15,10%), enquanto o aumento do suíno sem seguir o boi foi registrado em 34 meses (24,46%).
Independentemente do critério que adotemos, não há simetria na direção dos preços. A maioria das combinações resulta em cenários que estão longe de qualquer semelhança entre si.
Se algum dia o suíno acompanhou o preço do boi ou da vaca, ficou em um passado distante e faz pelo menos 10 anos que isso não se confirma.
Sem observar os fundamentos corretos, corremos o risco de ficar achando que há algo errado com os preços, mas não há.
Não se faz preço de suíno olhando para o mercado do boi!