A vida de uma cidade é a história de sua gente – de seus intelectuais e comerciantes, de seus trabalhadores, policiais e bandidos. E m certas sociedades o bandido tem grande força simbólica, e dar as costas a ele é abrir mão do bom trabalho jornalístico. O Dono do Morro toma o caminho difícil ao contar a história de Nem da Rocinha, que está vivo e preso. Em novembro de 2011, ao ser preso, Nem era o criminoso mais procurado do Rio de Janeiro, se não do país. Misha Glenny vai encontrá-lo na prisão, e o que se segue é tanto a ascensão e queda de um traficante como a tragédia de uma cidade. Numa tarde de 2000, Antônio Francisco Bonfim Lopes “subiu o morro como Antônio para conseguir dinheiro para o tratamento de saúde da filha e desceu como Nem”. Suas características de trabalhador exemplar chamaram a atenção do chefe do tráfico o que o colocou na estrada de se tornar bandido. História típica do Brasil e de nossas contradições.
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