Ponto de indefinição.

Os eventos que influenciam a formação dos preços dos suínos, na maioria das vezes, estão perceptíveis para o observador atento. Um misto de oferta, procura e as expectativas. Não vamos dizer que são capazes de predizer qual será o preço, mas sim de nos mostrar a tendência.

A firmeza do ciclo de alta de fevereiro estava baseada na queda de peso dos animais vivos. Fruto de eventos no final de ano que, somados ao fantasma do janeiro de 2022, favoreceram uma forte baixa nos estoques de animais vivos no início de 2023.

Como já descrito outras vezes, passamos pela retenção de animais leves pelos produtores até ficarem pesados e encherem as granjas (retenção ativa) e na sequência ofertar no mercado (oferta ativa). Exatamente onde estamos agora.

A inversão, em tese, deve acontecer agora no início do mês.

Os frigoríficos e o restante da cadeia, que hoje defensivamente estão dosando as aquisições (retração ativa) porque o horizonte ainda não está claro, farão isso até naturalmente esvaziar os próprios estoques e, ao primeiro sinal de alta, vão correr para comprar (demanda ativa).

O que pode alterar isso?

Possíveis eventos “exóticos”: efeitos residuais do episódio da EEB Bovina no atacado e no varejo das carnes; tumultos no mercado de carne suína por empresas frigoríficas que estão sendo obrigadas a fazer caixa e uma nova onda de liquidação de animais por elevado prejuízo.

Não é o que falamos do mercado que faz o preço. O mercado é o que é independente de nossos legítimos desejos.

Infelizmente, tudo fica claro mesmo pelo retrovisor. Quando incorporamos o aprendizado para nos ajudar nas avaliações futuras.

A vantagem é que nosso destino começa a aparecer semana que vem…é logo ali.