Para entendermos o que acontece nesse momento, no mercado de suínos vivos em Minas Gerais, quando tivemos ontem mais uma bolsa de suínos em desacordo com os frigoríficos no valor de R$ 8,40 precisaremos voltar em 15/12/2022, quando houve um preço acordado de R$ 8,00 e uma referência de preço de carcaça na mesma data em R$ 10,80, que nos dá uma relação de 74,04% entre ambos.
De lá até hoje tivemos 11 reuniões sendo que o acordo com os frigoríficos foi feito em 5 delas (45,5%) e dos 6 desacordos (54,5%) em 5 vezes os produtores conseguiram praticar a sua proposta (83,3%), em 1 semana foi o preço do mercado (16,7%) não proposto por nenhuma das partes. Por esses cálculos, os frigoríficos não conseguiram emplacar nenhuma semana (0,0%).
Olhando através da métrica das carcaças, estamos hoje com a referência de R$ 10,5 que, para os R$ 8,4, significa 80,0%! Quando a média dos últimos 2 anos está em 74,04%.
De onde vem tal desproporção? Dos pesos médios dos animais nas granjas que significa oferta muito regulada, pelo menos no estado mineiro.
E onde isso vai levar? Só saberemos na próxima semana.
Se o mercado brasileiro reagir e o atacado melhorar seus preços e por consequência a relação com o suíno vivo teremos construído uma ponte ultrapassar os momentos de preços menores sem cedê-los.
Se os preços do Brasil não reagirem teremos preparado a inundação do mercado mineiro de carne de outras regiões.
Mercado é feito de oferta, procura, expectativas, lutas, erros e acertos. É assim que se navega.
Ele não tem nenhuma relação com torcida, justiça, conspiração, valentia, união ou qualquer mito cultivado por visões inadequadas sobre seu funcionamento.
Tudo isso, temperado por análises equilibradas sobre as forças em atuação no mesmo, nos permite entender o que nos cerca.