Repeteco!

Nesse momento estamos formando preços fortemente influenciados pela escassez de suínos prontos para abate. Essa escassez de animais, descrita por nós nos últimos textos, veio antes da escassez de carnes no elo seguinte da cadeia de produção: frigoríficos e atacado. Não foi por outra razão que nas 3 semanas anteriores a essa atual a relação suíno vivo com a carcaça girou acima de 79% para uma média móvel de 2 anos em torno de 73%.

Com essa dificuldade clara de abastecimento de suínos vivos era questão de tempo a escassez chegar no atacado. Com mais uma boa dose de expectativas favoráveis era o que faltava para estimular os reajustes na cadeia como um todo.

A Bolsa de Suínos de Minas Gerais fechou em acordo de R$ 8,40 e as carcaças suínas estão em torno de R$ 11,50. Isso equivale a 73% que é o esperado.

Vale a pena ressaltar que, de acordo com nossas informações, incluindo o consolidado do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e as prévias do MAP-Ministério da Agricultura e Pecuária não há redução da oferta de cabeças e sim de peso…que no final das contas é carne!

E isso já aconteceu em abril e maio do ano de 2022. A pressão de custos foi tão grande que derrubou o peso dos animais nas granjas para baixo e o preço subiu fortemente.

Ele saiu de R$ 5,8 em 19/05/2022 para R$ 8,0 em 11/08/2022. Em 10 dessas 13 semanas a relação do suíno vivo com a carcaça ficou acima de 75% o que significa mais escassez de animais que de carne.

Quando em agosto, já tínhamos a recuperação dos pesos a oferta retomou níveis folgados e em 7 semanas o preço caiu até o piso de R$ 6,40.

O que pode ser diferente dessa vez? A “nova demanda”, acima de 19 kg per capita ano, é cada vez mais sólida e pode retardar o crescimento do peso nas granjas. Isso aconteceu em 2020!

No nosso próximo encontro aqui nesse espaço, as expectativas exacerbadas, que sempre estão associadas ao início do ciclo de alta, já terão ficado no mês de fevereiro e iremos conseguir entender melhor o tamanho real da oferta e da procura já sem a emoção atual que tecnicamente classificamos de euforia.

E para fechar lembramos Mark Twain: “a história nunca se repete, mas muitas vezes rima.”