É chave para analisar o contexto em que estamos vivendo na atividade olhar os dados da prévia dos processamentos de animais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o terceiro trimestre do ano. Foram divulgados semana passada. Mesmo que pelo retrovisor, esses dados, historicamente, têm alta aderência ao cenário de preços de suínos no Brasil.
Por essa métrica, o trimestre em questão adicionou mais carne suína (equivalente carcaça) ao mercado. Foi 3,8 % maior que o mesmo período de 2021 e 1,4% maior que o trimestre anterior. Embora não pareça muito, o número continua crescente.
Quando subtraímos as exportações, achamos a disponibilidade interna de carne suína e vemos que estão em volume acima de 19 kg de consumo per capita ano desde junho de 2022, em todos os intervalos de tempo: anual, semestral e trimestral. Recorde histórico.
Procuramos o enxugamento da oferta de animais durante todo o difícil ano de 2022. Ele não apareceu. Já não creio que virá.
Estamos com quantidades de exportações acima de 90 mil toneladas mensais desde agosto/2022. O mês corrente segue também com volumes robustos: 5.358,28 toneladas de carne suína in natura por dia útil.
A combinação de exportações dinâmicas com alguma redução de oferta já teria impulsionado os preços internos.
Desde 27/10 o preço de R$ 7,30 é a referência de Minas Gerais. São 4 semanas consecutivas incluindo final, início e meio do mês.
Essa estabilidade sugere que vamos ter que olhar para o mercado e procurar uma “nova escassez” no nível de 19 kg de consumo por habitante por ano.