O protesto de pequenos grupos, na proporção do total de eleitores, desconfortáveis com a derrota eleitoral, levou a paralisações em vários locais do Brasil.
Já temos as consequências de tais eventos que são: dificuldades de movimentação de carcaças e carnes, dificuldades de movimentação de animais vivos para processamento e frigoríficos desabastecidos pedindo cargas extras para quem ainda tem condições logísticas de entregar animais.
Como efeitos práticos trazemos mais indefinições para o mercado de suínos do final do ano. Já dissemos por aqui que o máximo de processamento de cevados no Brasil ocorre no mês de novembro, exatamente esse que se inicia. Com os eventos dessa semana, qualquer previsão é chute, algo que não fazemos!
Vamos então falar de exportações e de custos.
O mês de outubro de 2022 fechou com embarques de 90.157 toneladas de carne suína in natura. Representa 1,62% a mais que o outubro de 2021 e menos 4,37% que setembro desse ano. Foi justamente em outubro de 2021 que começou o recuo das quantidades de exportações com uma expressiva queda de 12,9% sobre o setembro de então, o que não parece estar no horizonte esse ano. As exportações sugerem estar em bom ritmo.
Também podemos falar das flutuações de custos através de uma equação simples para tal propósito: índice de ração de terminação (75% do milho CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, 20% farelo de soja SEAB – Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e 5% da fração dolarizada da ração pelo US$ câmbio do Banco Central do Brasil).
O objetivo não é calcular o custo de produção, já feito com muita qualidade por centros de pesquisa e associações. É apenas ter uma medida rápida que nos ajude a entender as flutuações. Em outubro o custo referência da ração de terminação subiu 1,9% porém, o preço base CEPEA MG, subiu 3,3% deixando um saldo positivo no período de 1,4%. Pouco pelo histórico difícil do ano corrente, mas, pelo menos não fez crescer o prejuízo.
E o que podemos falar de realmente positivo na semana? O câmbio!
Enquanto o Dólar, frente a uma cesta de moedas no exterior (Dolar Index), subiu todos os dias recuando ao empate só hoje na sexta-feira, no Brasil o Real foi em outro caminho se valorizando todos os dias gerando queda de 5,10%. Saiu de R$ 5,30 para R$ 5,03 agora pela manhã.
Se o mercado financeiro, descolado do exterior, manda esse sinal de confiança no Brasil, indica que os eventos da semana serão dissipados rapidamente pela normalização do ambiente político e por consequência dos negócios.
* A 333 é uma empresa apartidária. Esse texto é um comentário de mercado dos acontecimentos no Brasil dos últimos dias.