O pico de preços de fevereiro foi claramente fruto de retenção emocional, mas, depois, os picos de abril, junho e agosto sempre nos deixaram em dúvidas se eram o final da crise.
Tivemos repetição desses eventos em todos os meses pares de 2022! Quem ainda tem dúvidas se emoções fazem parte da equação de preços, favor recordá-los.
E agora em outubro (mais um mês par), estamos novamente na mesma situação: esse preço é o final da crise que nos levará a outro patamar ou apenas mais do mesmo?
Há um detalhe importante por ser o décimo mês depois da queda livre do preço e o descompasso com o custo em janeiro de 2022. Soma-se a isso o aquecimento natural do final de ano. Minas Gerais tem pico de abate em dezembro, mas, as grandes indústrias abatem mais em novembro, para terem logística a tempo de atender as encomendas de Natal e final de ano.
Os números das exportações totais de carne suína dos últimos 2 meses foram muito bons: 114,2 mil toneladas em agosto e 102,7 mil toneladas em setembro.
Na referência de Minas Gerais, em setembro encerrou-se o último miniciclo de baixa que durou 6 semanas, desde meados de agosto. Foi o ciclo de baixa mais longo do ano! O motivo foi excesso de peso nos animais das granjas fruto da retenção ativa de animais estimulada pelos R$ 8,0 de agosto.
Durante todo o 2022, todos os demais miniciclos de baixa duraram de 1 a 3 semanas! Ou seja, houve muito mais pressão de alta. É preciso repetir sempre: preço só sobe quando a oferta, real ou aparente, é menor que a demanda.
O menor preço recente foi de R$ 6,40. Já estamos em R$ 7,30 ou 14% acima do referido piso.
Continuamos aguardando a mudança de patamar definitiva dos preços sabendo que o mercado interno tem dado escoamento seguro à produção e o mercado externo também.
Só nos falta o tão aguardado ajuste da produção para que, sob um mercado muito dinâmico, a atividade possa retomar o mínimo de lucro.