Novos patamares? Foi esse o título do último boletim.
Penso que precisamos entender, depois do ocorrido, que a região de preços dos R$ 8,0 representa a resistência histórica na referência de Minas Gerais e não foi rompida sendo portanto, nosso limite atual de preços. Não houve, pelo menos por hora, enxugamento da oferta para superar esse patamar.
Posto isso, o recuo também é automático quando se atinge a resistência!
A psicologia de preços e do mercado, tanto comprador quanto vendedor, já estabeleceu esse comportamento. Resta aos participantes escolherem o que fazer com essa informação.
Além desse evento explícito descrito acima, temos na quinzena a divulgação da prévia dos abates do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o segundo trimestre de 2022.
O IBGE trouxe outro recorde de abates de suínos com mais de 1,3 milhões de toneladas de equivalente carcaça no período, 4,53% acima do trimestre anterior.
Mas, um olhar sobre o “delta trimestral” creio ser mais interessante. O delta é a diferença deste período em relação ao mesmo período anterior.
O delta abate foi de mais 56.394 toneladas: grande.
O delta exportações mais 31.721 toneladas, 14,9% a mais. Muito positivo. As exportações estão muito mais dinâmicas que os dois últimos trimestres: 2022 T1 e 2021 T4.
Daí temos o delta que fica no mercado interno que foram mais 24.672 toneladas, equivalente a 2,4% acima do trimestre anterior. Crescimento de oferta líquida bem menor que o observado em 2022 T1 que foi de 41.537 toneladas de equivalente carcaça, nosso pior período de preços.
Postos em sequência, o abate trimestral cresceu 4,5%, as exportações 14,9% e a disponibilidade interna 2,4%.
Resumindo, depois de testar o mercado e entendermos os limites dos R$ 8,0, ainda continuo acreditando que não há inversão da direção dos preços para o restante do ano e sim um processo temporário de acomodação. Os mini-ciclos de altas e baixas são eternos.
Seguimos confiantes que daqui até dezembro a tendência é de preços que favoreçam a melhoria da média anual.