A cotação do suíno vivo na praça de Minas Gerais caiu 17,1% em maio: de R$ 7,00 para R$ 5,80.
A cadeia de produção, que começava a vislumbrar pelo menos um empate com o custo de produção, voltou à zona de prejuízos cavalares.
A partir do início do ano, o prejuízo na suinocultura nacional, como um todo, leva automaticamente ao enxugamento gradativo. Não na velocidade que gostaríamos, mas prejuízo quase sempre e, principalmente na dimensão do de 2022, provoca redução de oferta senão imediata, nos médio e longo prazos.
Como referência, o preço de carcaça do CEPEA hoje em R$ 8,24/kg não remunera nem produtores independentes nem a agroindústria verticalizada.
Quando utilizamos a prévia de abate do IBGE, do primeiro trimestre de 2022, para analisar a disponibilidade interna das carnes no Brasil, chegamos a 20,9 kg habitante ano de carne suína pela projeção no mês de março isoladamente. Recorde absoluto.
Nunca estivemos tão próximos da carne bovina com 26,6 kg no mesmo mês. Somando-se ao frango, líder absoluto com 53,0 kg, o brasileiro consumiu 100,5 kg habitante ano.
Um mês isoladamente é pouco tempo e deve ser analisado com cuidado, mas serve como referência do que está acontecendo.
Essa quantidade não é pouca coisa e não combina com falta de consumo. O que temos mesmo é excesso de oferta. O enxugamento ainda não aconteceu!