Algumas datas têm histórico de favorecer as vendas de carne suína: final de ano e Dia das Mães são as mais lembradas.
Importante frisar que elas têm sim incrementos nas vendas, mas não obrigatoriamente vão alterar os preços porque a maior força de qualquer mercado é a velha conhecida oferta x procura.
Por sinal temos a oferta x procura real, baseada na disponibilidade absoluta de mercadorias que é diferente da oferta x procura aparente, aonde essa disponibilidade de mercadoria sofre influência das expectativas do conjunto dos agentes da cadeia de produção.
E foi isso que aconteceu: as expectativas de todos os participantes convergiram para um aumento das compras dos frigoríficos simultaneamente à uma retenção de animais dos produtores. Automaticamente o preço sobe. Minas Gerais chegou a praticar o preço de R$ 7,0 o kg vivo por uma semana antes de recuar.
Na sequência nos confrontamos com a vida real, na qual ainda há oferta de suínos vivos e carcaças suficientes para fazer baixar os preços.
Por falar em oferta, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou a prévia do abate de suínos para o primeiro trimestre de 2022 (T1-2022) que continua em alta quebrando mais um recorde.
Em peso total abatido ele foi 7,2% maior que o mesmo trimestre de 2021 (T1-2021) e 1,8% maior que o último trimestre de 2021 (T4-2021).
As exportações de carne suína in natura de abril 2022 fecharam em bons níveis, praticamente os mesmos de março 2022: 81.570 toneladas.
Resumindo: temos mais disponibilidade interna de carne suína o que trás a atual fragilidade dos preços.