Não resisti em iniciar o texto pelo famoso poema de nosso especial escritor brasileiro Carlos Drumond de Andrade.
A crise acabou? É o que todos querem saber…e infelizmente só saberemos pelo retrovisor.
É possível raciocinar sobre a trajetória do mercado, mas definir o ponto de virada é praticamente impossível.
A oferta se reduz em peso, quantidade de animais e número de matrizes por força da realidade desde o descompasso de preço de suínos e custos de produção que se acentuou em janeiro deste ano depois de um 2021 praticamente empatado ou já com prejuízo (cada realidade de granja é única nesse quesito).
Nosso índice de confiança semanal da suinocultura, baseado na realidade de Minas Gerais, mas que pode ser considerado para as demais praças do Brasil, nos descreve 2 semanas de mercado eufórico (acima de firme) em 10 de fevereiro e agora novamente em 14 de abril.
O de fevereiro era possível afirmar claramente que era puramente emocional pois não havia tempo hábil para fazermos o ajuste de oferta necessário. O de abril nos deixou em dúvidas: já enxugamos de verdade a oferta real?
E o que fez esse movimento de 14 de abril? Mais emoção que escassez. Foi só o mercado acomodar essa semana que ofertas reapareceram.
Já dissemos por aqui que emoção afeta a “oferta aparente” colocando-a maior ou menor que a “oferta real”. Não há dúvidas disso.
A realidade nos coloca agora um mercado sem direção. Precisaremos sim observar novamente no início do mês de maio para reavaliarmos.
Dificilmente voltaremos ao fundo do poço de preços, mas, para avançar mais, a escassez precisará se mostrar mais real que imaginária.
Em tempo, exportações em bons volumes: depois de um mês de março de 81,3 mil toneladas de carne in natura temos um abril com 2 semanas de média diária de 4.671 mil toneladas que representa 7,1% acima do ritmo de abril de 2021 que fechou em 87,3 toneladas in natura.