Guerra, commodities e disponibilidade interna de carne suína.

A guerra Rússia versus Ucrânia domina a pauta atualmente. A incerteza sobre o futuro contaminou os preços de commodities (agrícolas, minerais e metálicas), fertilizantes e câmbio. O custo de produção do suíno subiu mais!

Do ponto de vista prático isso continuará forçando o enxugamento da oferta de animais vivos e de carne suína.

Acreditamos que a oferta foi máxima em janeiro porque ali houve uma destruição de valor muito grande na cadeia da suinocultura, quando os custos continuaram subindo e o preço de venda caiu fortemente.

O ponto de partida dessa oferta é relevante. Com o crescimento anual de abate em kg rondando os 9% desde meados de 2020, produzimos 356,32 mil toneladas a mais em 2020 e 399,25 em 2021. A disponibilidade interna cresceu 112,21 mil toneladas em 2020 e saltou 285,18 mil toneladas em 2021. É muita coisa.

Depois de um janeiro lento, com compradores retraídos e aumento de oferta extra pela liquidação de cevados e matrizes, o fevereiro se mostrou mais dinâmico.

O comprador saiu de sua inércia e isso permitiu reverter o ciclo de baixa, que se iniciara na primeira semana de dezembro, e já durava 8 semanas. O mais longo desde 04/02/2021.

Desde 17/02/2022 o preço de CIF em Minas Gerais está em R$ 6,10. São 4 semanas consecutivas.

Para colaborar com o enxugamento de oferta no mercado interno as expectativas, a partir de março, se voltam para o comportamento das vendas para outros destinos, já que as chances de exportarmos carne suína para Rússia, dentro da cota livre de impostos, evaporaram com o conflito armado.

Analisando o fevereiro, as exportações de carne suína in natura, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, foram de 64.061 toneladas. Quantitativo 10,4 % menor que fevereiro de 2021, e 5,5 % menor que janeiro de 2022.

Outro ponto de destaque é a alta expressiva de 12,5% do frango congelado em 30 dias que, com o boi sustentado, favorece a competitividade da carne suína no mercado interno.