“A necessidade de defender posições tomadas como se fosse uma seita é primária e prova falta de conhecimento sobre o funcionamento dos mercados. Não se muda mercado no grito. Ele é o que é.”
Essa frase perspicaz é de Sérgio Machado. Ele é gestor de fundos no mercado financeiro. Embora não saiba como é o mercado de suínos, sua frase é universal. Serve para qualquer ambiente de negócios.
O preço do suíno vivo deu de novo mostras de que tem trabalhado em uma faixa de preço entre o piso/suporte próximos dos R$ 6,50 e do teto/resistência de R$ 7,00.
Atingiu R$ 6,30 em janeiro, R$ 6,90 no início de fevereiro, R$ 6,40 no final. No início de março, novamente R$ 6,80 e de novo R$ 6,40 no fim do mês. Isso na de referência de Minas Gerais, você que é de outra região precisa de achar a sua equivalência.
Esse padrão de preços foi a tônica de agosto até novembro de 2023. Nós acreditamos que as condições macro e microeconômicas estão semelhantes: o nível de renda, desemprego e concorrência entre as carnes. Ou seja: tudo mais constante devemos ver repetição desse cenário.
Como já descrito outras vezes, passamos pela retenção de animais leves pelos produtores até ficarem pesados e encherem as granjas (retenção ativa) e na sequência ofertar no mercado (oferta ativa).
Os frigoríficos e o restante da cadeia, oscilam entre agir defensivamente dosando as aquisições (retração ativa) enquanto o horizonte não está claro e farão isso até naturalmente esvaziar os próprios estoques quando, ao primeiro sinal de alta, vão correr para comprar (demanda ativa).
Esse movimento é pendular na nossa cadeia tem determinado a maioria da formação de preços faz um bom tempo.
Esses limites próximos aos R$ 6,50/R$ 7,00 serão eternos? De jeito nenhum!
O que pode alterar isso? Eventos REAIS que promovam mais escassez ou mais abundância. Nada mais…
Não é o que falamos do mercado que faz preço!
O entendimento realista do mercado e a reação baseada em fatos, em vez de percepções de preços “errados” ou “justos”, podem ajudar a mitigar o estresse durante períodos de baixa e evitar euforias irrealistas durante altas. Tornariam os ajustes mais rápidos e mais precisos.
A independência do mercado em relação aos nossos desejos é uma lição valiosa para qualquer pessoa envolvida em negócios.
“Não se muda mercado no grito. Ele é o que é!”